O mediador Mílton Jung (2º à esq.) posa para fotos com os debatedores Antonio Guerreiro (esq.), Fabiana Zanni (centro) e Pedro Doria (dir.)
28 de outubro de 2009Foto: Reinaldo Marques/Terra
O painel "Revolução Digital - O planejamento dos grandes grupos de mídia num universo de mudanças" abriu nesta quarta-feira os debates do 3º MediaOn, maior fórum de jornalismo da América Latina em São Paulo, com a mediação de Milton Jung, ancora do programa de rádio CBN São Paulo.
Em sua apresentação, Antonio Guerreiro, diretor de conteúdo do R7.com, afirmou que a internet estimula a infidelidade e que o portal veio para concorrer com todos. "Eu me divertia muito quando via as definições que davam para o R7 antes de ele ir ao ar. Falavam que vínhamos para concorrer com a Globo, com o G1. Vamos concorrer com todos. A internet estimula a infidelidade e vamos brigar por esse mercado", disse.
Segundo ele, o portal luta diariamente e mostra a cada página a sua independência. "Não somos o portal daRecord, somos um player que chegou para ser líder de mercado. A gente não vem para brigar com ninguém. Somos leais, não viemos para ser amiguinhos. Vamos brigar pela liderança", afirmou.
Guerreiro diz que a internet é livre e participativa, mas faz ressalvas. "Quando você cuida de um portal que é um grande player, que representa um grande grupo, você tem de saber o que está publicando. Tem de checar e publicar a informação mais precisa possível", diz.
Pedro Doria, editor-chefe de conteúdos digitais do Grupo Estado, lembrou que O Estado de São Paulo está sob censura há 89 dias, "obrigado a ficar calado sobe o senador José Sarney (PMDB-AP)".
"O jornalismo nasceu para servir uma comunidade e alimentar ela de informação. A internet foi feita para jornalismo, ainda que não profissional. Uma informação bem apurada continua sendo absolutamente necessária para que o mundo continue coeso."
De acordo com ele, mesmo com o avanço da internet, os jornais ainda são lucrativos. "Vai diminuir de circulação? Acho que sim. Vai haver um momento difícil. O que tem de fazer é o que o Grupo Estado fez sempre. Corremos o risco de quebrar a empresa em benefício da notícia. Aconteceu isso na Era Vargas e na ditatura militar".
Segundo ele, o que não se pode é colocar em jogo é a credibilidade. "Não consigo imaginar o mundo sem jornalismo. Existe uma pressão grande em quem não quer jornalismo isento para minar a credibilidade dos jornais ao dizer que você está a serviço do outro. O leitor, no passar do tempo, volta aos mesmos veículos. Aos locais em que ele percebe que a informação de alguma forma cumpriu o seu papel", diz.
Fabiana Zanni, diretora de mídias digitais da editora Abril, diz que a sua empresa tem se adaptado às necessidades dos leitores e que o horizonte é dos melhores para os próximos anos.
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