O secretário-executivo do Ministério das Minas e Energia, Márcio Zimmermann, disse nesta quarta-feira em entrevista ao programa Hoje em Dia, da TV Record, que há indícios de que o mau tempo e fortes ventos, próximo à subestação de Itaberá, em São Paulo, tenham provocado o blecaute. Os problemas meteorológicos, ainda segundo ele, causaram problemas em três linhas de transmissão que recebem energia da hidrelétrica de Itaipu.
As linhas de transmissão são as seguintes: duas linhas entre os municípios de Ivaiporã (Paraná) e Itaberá (São Paulo) e uma terceira entre Itaberá e Tijuco Petro (em São Paulo). Zimmermann classificou de fato raro o desligamento de três linhas de transmissão simultaneamente e fez questão de ressaltar que a segurança do sistema elétrico do país tem reconhecimento.
Em entrevista ao blog da Christina Lemos no portal R7.com, o presidente de Itaipu, Jorge Samek, explica que 18 unidades da usina de Itaipu desligaram simultaneamente, numa espécie de reação de proteção ao sistema.
- Elas passaram a rodar vazio [o que ocorre quando a transmissão não aceita a energia que está sendo gerada].
A usina de Itaipu informou, no perfil oficial no Twitter, que indícios apontam que o blecaute que foi causado por uma falha na transmissão entre o Paraná e São Paulo. A usina, que diz ter voltado a operar “em condições de normalidade” às 6h, afirma que vai colaborar na apuração das causas do apagão.
O Brasil recebe agora 9.800 megawatts de energia produzida por Itaipu.
- Neste momento, 18 unidades geradoras produzem energia para o Brasil e o Paraguai.
O fornecimento de energia já voltou ao normal em boa parte do país. O apagão generalizado começou pouco depois das 22h e afetou os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Espírito Santo, Goiás, Santa Catarina, Pernambuco e mais o Distrito Federal.
Por volta das 23h30, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que o apagão foi de 14 mil megawatts e que o problema começou com a falha em uma linha de transmissão da usina hidrelétrica de Itaipu.
Em nota, a empresa informou que o sistema de Furnas, responsável por levar a energia de Itaipu para o Sul e Sudeste do país, também foi afetado. O fenômeno é chamado de efeito dominó pela usina.
Imediatamente após o apagão, a usina de Itaipu estava com suas máquinas ligadas, girando no vazio, porém, sem possibilidade de transmitir energia, pois as linhas de transmissão que conectam Itaipu ao sistema brasileiro estavam desligadas, diz a nota.
Até o início da manhã desta quarta-feira, Furnas ainda não havia se manifestado sobre o apagão.
Este foi o terceiro blecaute em dez anos sofrido pelo Brasil. O primeiro grande apagão brasileiro aconteceu em 17 de setembro de 1985, quando nove Estados ficaram sem luz por cerca de três horas. Mas o termo apagão ficou “conhecido” mesmo no país em 1999, quando dez Estados e o Distrito Federal ficaram cerca de quatro horas no escuro.
Samek disse ainda nesta manhã, em entrevista ao programa São Paulo no Ar, da Rede Record, que ainda não se sabe a causa do apagão na noite da última terça-feira, mas que a energia produzida pela hidrelétrica foi rejeitada pelas redes de transmissão e que Itaipu funcionava normalmente quando ocorreu o apagão.
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